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ALERGIA ALIMENTAR

O QUE É ALERGIA ALIMENTAR OU REAÇÃO ADVERSA A ALIMENTOS?

A Alergia Alimentar é uma reação adversa a determinado alimento que envolve um mecanismo imunológico. Resulta de uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presente nos alimentos.

Há diferença entre intoxicação alimentar (tóxica) e alergia alimentar (não tóxica). As reações não-tóxicas podem ser de intolerância ou hipersensibilidade. As reações por ingestão de alimentos contaminados são reações não alérgicas (tóxicas) que se apresentam agudamente com febre, vômitos, diarreia e geralmente acometem várias pessoas que ingeriram o mesmo alimento contaminado.

É comum a alergia alimentar? Qual a prevalência?

Estima-se que as reações alimentares de causas alérgicas verdadeiras acometam 6-8% das crianças com menos de 3 anos de idade e 2-3% dos adultos.

Quais os fatores envolvidos na Alergia Alimentar?

  • Predisposição genética;
  • Potência antigênica de alguns alimentos;
  • Alterações intestinais;
  • História familiar de alergia (presente em 50 a 70% dos pacientes com alergia alimentar).

Quais os alimentos mais frequentemente envolvidos na Alergia Alimentar?

Qualquer alimento pode desencadear reação alérgica e os mais prevalentes são o leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixe e crustáceos. O amendoim, os crustáceos, o leite de vaca e as nozes são os alimentos que com maior frequência provocam reações graves (anafiláticas).

Um grande problema é que os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo indivíduo.

O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos ao leite de vaca podem também apresentar reação ao ingerir soja.

Intolerância à Lactose é uma reação alérgica?

intolerância à lactose, também conhecida como deficiência de lactase, é uma desordem metabólica, ou seja, incapacidade que o corpo tem de digerir lactose - um tipo de açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos.

Esta intolerância geralmente é dose dependente e o indivíduo pode tolerar pequenos volumes de leite por dia ou se beneficiar dos leites industrializados com baixos teores de lactose. A ingestão inadvertida ou exagerada pode resultar em sintomas intestinais como distensão abdominal, cólica e diarreia.

Portanto, a Intolerância à Lactose não é uma Alergia Alimentar apesar de frequentemente confundida pelos familiares e profissionais de saúde. Na intolerância à lactose, eventualmente, é possível ingerir pequenas quantidades de leite, na Alergia às proteínas do leite, a alimentação não deve conter leite ou derivados.

O quadro clínico da alergia alimentar poder acometer outros órgãos como a pele e sistema respiratório, já na intolerância o quadro é mais intestinal.

E quanto aos corantes e aditivos alimentares?

As reações adversas aos conservantes, corantes e aditivos alimentares são raras, mas não devem ser menosprezadas! O corante artificial tartrazina (FD&C amarelo#5), corante vermelho de carmim, sulfitos e glutamato monossódico são relatados como causadores de reações.

A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas enquanto o glutamato monossódico pode estar presente nos alimentos salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). Os sulfitos são usados como preservativos em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados).

Quais as principais manifestações clínicas da Alergia Alimentar?

Os mais comuns são o acometimento da pele (urticária, angioedema, coceira, dermatite), o aparelho gastrintestinal (diarreia, dor abdominal, vômitos) e o sistema respiratório (tosse, falta de ar, rouquidão e chiado no peito).

Nas crianças pequenas, pode ocorrer perda de sangue nas fezes, anemia e baixo ganho ponderal. Entretanto, reações mais graves, acometendo vários órgãos simultaneamente (anafilaxia), também podem ocorrer.

Como o médico pode fazer o diagnóstico de Alergia Alimentar?

O diagnóstico depende de história clínica minuciosa associada a dados de exame físico que podem ser complementados por testes cutâneos de alergia e/ou dosagem de IgE específicas.

Como tratar a Alergia Alimentar?

O tratamento deve conter:

  • Tratamento da crise – são utilizados anti-histamínicos e corticoide para controle dos sintomas;
  • Orientação por escrito ao paciente e familiares para que se evite novos contatos com o alimento desencadeante;
  • Dieta de exclusão, com acompanhamento com nutricionista, se possível, para melhor adequação da dieta e prevenção de possíveis deficiências;
  • Verificação do rótulo dos alimentos industrializados buscando identificar nomes relacionados ao alimento que lhe desencadeou a alergia;
  • Dependendo da história do paciente, pode-se realizar dessensibilização.

O que fazer caso venha ocorrer a ingestão acidental do alimento?

A exclusão de um determinado alimento não é tarefa fácil e a exposição acidental ocorre com certa frequência. Portanto, sempre leve o plano de ação e os medicamentos prescritos por seu alergista!

O paciente que apresenta reação a determinado alimento poderá um dia voltar a ingeri-lo?

Alguns alimentos são mais frequentes de serem tolerados, aproximadamente 85% das crianças perdem a sensibilidade à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) que lhes provoca alergia alimentar entre os 3-5 anos de idade. Já alimentos como o amendoim, nozes, peixe e camarão, a sensibilização e alergia raramente desaparecem.

Após comprovado a alergia alimentar, o alimento deve permanecer suspenso por aproximadamente 6 meses e o momento da reexposição deve ser decido com seu alergista. Se o indivíduo permanecer assintomático e conseguir ingerir o alimento, o mesmo pode ser liberado.

Caso ocorra qualquer sintoma, a dieta de eliminação deve ser mantida. A presença de reação alérgica grave, como a anafilaxia ao camarão, contraindica esta reintrodução.

Existe algum meio de prevenir a Alergia Alimentar?

Até o momento, não existe um medicamento específico para prevenir a Alergia Alimentar. Algumas orientações devem ser dadas aos recém-nascidos de pais ou irmãos atópicos. O estímulo ao aleitamento materno no primeiro ano de vida é fundamental!

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